A volta de Dunga ao cargo de treinador da seleção brasileira pegou muita gente de surpresa, principalmente aqueles que esperavam por uma renovação profunda do futebol no país, como o narrador Cleber Machado. No “Bem, Amigos!”
desta segunda-feira, ele afirmou que o mais surpreendente é o processo
de escolha do nome. Além disso, na sua opinião, o novo técnico é mais
visto como uma volta ao passado mais que um passo para o futuro da
seleção brasileira. O locutor ainda disse que é preciso ter mais
humildade para aprender: “Temos que parar com esse papo de que nós temos
cinco títulos e só ensinamos”
- Estamos falando muito em passado. Quando o Luiz Felipe assume a
seleção brasileira, há de se reconhecer que faz uma Copa das
Confederações que volta a dar uma perspectiva positiva para o torcedor
brasileiro. O Mano estava acertando o time? Estava, mas havia uma certa
desconfiança. O Luiz Felipe assume, com o Parreira ao lado dele, e o
time joga bem a Copa das Confederações, ou pelo menos ganha o título e
faz uma final muito boa. Aí você diz: "Temos um time em condições de
disputar e ganhar a Copa do Mundo". Mas quase toda hora, em toda
entrevista, se falava em 2002, e já faz 12 anos. Aí quando você chega
agora, faz uma folha corrida do cara, é legal a história, mas e daqui
para a frente, qual a perspectiva? O que a gente está pensando no que
vai acontecer? Estamos falando só do que aconteceu.
Cleber Machado ainda criticou a espécie de círculo vicioso no cargo de
técnico da seleção brasileira, com repetidos nomes, como Scolari,
Parreira e Dunga. “Parece um carrossel”, citou o treinador, alegando
ainda uma falta de planejamento da equipe nacional.
- Quem era o técnico da Seleção em 2006? Parreira. Ele saiu por quê?
Perdeu e foi bagunçado. Aí em 2010 foi o Dunga, que era para ser rígido,
e aí perdeu e saiu. Em 2013, quem voltou para a Seleção? Felipão e
Parreira. E agora? Dunga. Parece um carrossel. Não sei o que a gente
está pensando, nós não estamos planejando nada, estamos fazendo o que se
fez com o Luiz Felipe e o Parreira, você coloca dois campeões do mundo e
ele serve de anteparo para tudo. Se eles ganhassem seriam heróis em
dobro, como perderam ficaram com fama de vilão. E vai ser assim com o
Dunga. A não ser que amanhã o Dunga surpreenda, chegue lá e diga que
mudou a cabeça. Tomara que ele chegue com o espirito aberto, ele e a
mídia, sem confronto, que não é necessário. Escolhemos dois nomes, um
cara com uma história mais discreta na seleção mas uma boa história no
futebol, e um cara que tem uma grande história na seleção que está de
volta quatro anos depois. Qual é a ideia, não sei.
Depois do quarto lugar do Brasil na Copa do Mundo deste ano, com
derrotas para Alemanha e Holanda com placares elásticos, Luiz Felipe
Scolari deixou o comando no dia seguinte à final. Três dias depois, o
ex-goleiro Gilmar Rinaldi foi apresentado como coordenador de seleções
da CBF, e a entidade apresentará nesta terça-feira o novo técnico.
- Você pode escolher o técnico em uma semana, o processo de escolha que
é surpreendente, é mais do mesmo. Tenho para mim que quem escolheu o
Dunga foi o Gilmar. Deu tempo ou teria dando tempo para você pensar se
essa derrota (para a Alemanha) foi só mais uma derrota, ou se é uma
derrota que mereça um outro tipo de solução. Temos que parar com esse
papo de que nós temos cinco títulos e só ensinamos, não aprendemos. E
com todo respeito, nosso elenco não é nenhum primor. Nosso elenco de
jogadores hoje é um elenco normal - concluiu o narrador.
Fonte:Sporttv
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