Em apenas quatro meses de 2014 a Delegacia da Mulher de Guarabira,
cidade do Brejo paraibano, registrou quase o mesmo número de casos de
estupros contabilizados em todo o ano de 2013. De acordo com a delegada
Juliana Brasil, de janeiro a abril deste ano foram denunciados sete
casos de abuso sexual dois a menos que nos 12 meses de 2013.
Juliana Brasil comentou que o crescimento no número de casos foi
causada pela aumento de pessoas que estão procurando a polícia para
denunciar os casos. “Essas pessoas podem usar os telefones, até mesmo a
abertura que tem na delegacia, nós consideramos esses fatores e isso vem
nos auxiliando. Esses casos estão sendo desvendados. A casca do ovo
está quebrando”, comentou a delegada.
O delegado de Guarabira, Frederico Magalhães, ressaltou que o problema
na área do Brejo da Paraíba é antigo e está relacionada com a época do
coronelismo, uma cultura que persiste nas zonas rurais da região. “É um
resquício de pessoas que vêm da área rural. O pai ou os irmãos, para não
sair do convivio, praticam esse ato. Com a tecnologia, com as
informações, tem diminuído, mas ainda é comum, pode ter certeza.
O último caso foi registrado pela polícia na segunda-feira (14). Um
homem foi denunciado após suspeitas de ter estuprado a sobrinha, que
também é enteada, de 14 anos, em Guarabira. De acordo com a conselheira
tutelar Mariza Gomes, o homem suspeito de abusar sexualmente da
adolescente vive maritalmente com uma irmã. O caso chegou ao
conhecimento do Conselho Tutelar por meio de denúncia anônima e foi
encaminhado para Delegacia da Mulher de Guarabira.
As sequelas de um criança que sofre um abuso sexual só surgem na fase
adulta. De acordo com a psicóloga Penha Pontes, um estupro ocasiona
distúrbios sexuais. “A vítima tem sua sexualidade rejeitada, pode não
querer ser tocada, se sentir usada. Isso pode causar um distúrbio na sua
sexualidade pelo resto da vida”, completou.
Fonte:G1/PB
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