(Foto: Arquivo pessoal/Denilsa Dantas)
A pequena Sara Dantas, de apenas 9 anos de idade, foi diagnosticada com
leucemia – câncer no sangue – há quase um ano. Em junho, a mãe, durante
o tratamento da filha, descobriu que estava com câncer de mama. O pai e
o irmão de Sara não são doadores compatíveis e com o diagnóstico do
câncer, a mãe perdeu todas as chances de doar para a filha. “Eu fiquei
sem palavras. Abriu o chão. Eu estava há quase um ano só cuidando dela,
levando pra consulta, pra tratamento, internamento, remédio, comida,
tudo era eu. E depois do meu diagnóstico ficou difícil”, disse Denilsa
Dantas, mãe de Sara.
A família é de Currais Novos, mas teve que se mudar para Natal para
ficar mais próximo dos locais dos tratamentos. "Quando era só a Sara, a
gente ficava indo e voltando. Ficávamos em Natal por mais tempo quando
precisava, nos internamentos, mas agora viemos de vez", contou Valmir
Dantas, pai de Sara e marido de Denilsa.
Sara já ficou internada duas vezes na UTI e o pai fala com orgulho da
garra da menina. “Ela chegou na UTI sem movimento das pernas, com órgãos
comprometidos, sem fala, vomitava de 15 a 20 vezes por dia, só mexia a
cabeça. O médico chegou pra mim e disse 'Ore, porque nós estamos fazendo
tudo o que podemos e o quadro é delicado'. Com cinco dias ela ficou bem
e saiu andando da UTI. Foi um milagre", contou.
Dois doadores de medula óssea compatíveis com Sara já foram
identificados, mas as informações no cadastro dessas pessoas estavam
desatualizadas e não foi possível entrar em contato com elas. "Se a
pessoa faz esse ato tão sublime de ser doador de medula óssea pra salvar
a vida de alguém é importante que ele tenha na cabeça que mudando de
endereço ele não vai ser encontrado. Então é bom ir ao local onde foi
feito o cadastro e atualizar o endereço", disse o médico oncologista
Henrique Fonseca.
No Rio Grande do Norte, foram feitos 57 transplantes de medula no ano
passado. Este ano, até julho, foram 37. Sara mantém firme a esperança de
encontrar o doador que pode mudar a vida dela. "Eu quero que várias
pessoas se conscientizem e doem medula óssea pra ajudar não só eu, mas
também meus amiguinhos. Eu creio", disse.
O tratamento de Denilsa segue trazendo resultados positivos. Agora,
Valmir cuida de Sara e a sogra cuida de Denilsa. A família alugou um
apartamento próximo ao Hospital Natal Center, em Natal, onde as duas
fazem tratamento, para facilitar os cuidados. Valmir, que é policial
militar, se licenciou do trabalho para cuidar da família."Se nós não
estivéssemos buscando a Deus, com os joelhos no chão, nós não estaríamos
suportando passar por tudo isso. Mas Deus disse 'Eu vos deixo a paz' e
ele tem nos dados uma paz tão grande que tem nos ajudado a enfrentar
tudo", disse Valmir.
Mãe e filha gravaram um CD de música gospel e o dinheiro arrecadado com
as vendas está sendo utilizado no pagamento das despesas. Os CDs podem
ser comprados diretamente com Valmir através do telefone (84) 9811.3029.
Como doar medula óssea
Para ser doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos e estar bem de saúde. O cadastro é feito com uma amostra de cinco mililitros de sangue. O transplante não traz qualquer prejuízo ao doador, que pode até doar outras vezes.
Para ser doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos e estar bem de saúde. O cadastro é feito com uma amostra de cinco mililitros de sangue. O transplante não traz qualquer prejuízo ao doador, que pode até doar outras vezes.
O primeiro passo para quem pretende ser um doador de medula óssea é se
cadastrar no Hemocentro da cidade. Quem já é cadastrado como doador de
medula óssea pode atualizar o cadastro sempre que necessário no site do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Fonte:G1/RN
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