(Foto: Krystine Carneiro / G1)
Pelo menos 150 pessoas acompanham na tarde desta quinta-feira (25) o
julgamento de Eduardo dos Santos Pereira, acusado de ser o mentor do
estupro coletivo de cinco mulheres e assassinato de duas delas no
Agreste paraibano. O julgamento começou às 14h15 e, além das cerca de 70
cadeiras disponíveis na plenária do 1º Tribunal do Júri de João Pessoa, no Fórum Criminal, um telão foi instalado no 6º andar do prédio para que mais 80 pessoas pudessem acompanhar.
A pedido da promotoria, a imprensa não vai ter acesso aos depoimentos das vítimas de estupro durante o julgamento.
O julgamento acontece dois anos e sete meses após o crime, que ficou conhecido nacionalmente como a 'Barbárie de Queimadas
e gerou comoção em todo o estado. Uma longa fila se formou com as
pessoas tentando ter acesso ao local do julgamento. Próximo ao horário
do início do júri, a fila descia pelas escadas do 5º andar até o térreo
do prédio.
Por volta do meio-dia já havia estudantes de Direito e outros
interessados em acompanhar o julgamento nos corredores do Fórum para
garantir um lugar. Familiares e amigos das vítimas também viajaram de
Queimadas, a cerca de 150 km de João Pessoa, para a capital com o mesmo
objetivo. Uma parte das cadeiras disponíveis no plenário foi reservada
para familiares das vítimas.
Um grupo de representantes da Marcha Mundial das Mulheres fez uma
mobilização em frente ao Fórum. "Reivindicar por justiça em Queimadas é
reivindicar por justiça nos casos de Aryane Thais, que ainda aguarda
julgamento de recurso; Rebeca Cristina, que permanece sem culpados; e da
Professora Brigida, cujo assassino se encontra foragido", justifica uma
representante do movimento, a professora Ana Laura.
A coordenadora geral de Acesso à Justiça da Coordenadoria de Políticas
Públicas para a Mulher da Presidência da República, Aline Yamamoto, está
em João Pessoa para acompanhar o julgamento. “A mensagem que esse
julgamento passa é que justiça brasileira não tolera violência contra a
mulher”, destaca. Aline disse que “governo federal quer se mostrar ao
lado da justiça e do governo estadual e se solidariza com a família”.
Ao todo, quatro homens e três mulheres foram sorteados para compor o
júri, sendo que a defesa recusou duas mulheres que haviam sido
sorteadas. O advogado de defesa de Eduardo, Ozael da Costa Fernandes,
afirmou antes do julgamento começar que seu cliente é inocente e que ele
não participou do crime.
Segundo Ozael, Eduardo ficou preso em um dos quartos da casa onde o
crime aconteceu e que a esposa dele foi uma das estupradas. O advogado
garantiu que uma testemunha vai falar a favor do acusado e provar que
ele não tem nada a ver com o crime.
Relembre o caso
O crime aconteceu em fevereiro de 2012 e, no mesmo ano, os outros 9 envolvidos já foram julgados. No dia 12 de fevereiro, cinco mulheres foram estupradas e duas delas - a professora Isabela Pajuçara e a recepcionista Michelle Domingos - foram assassinadas na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraíba. Elas estavam em uma festa de aniversário em uma casa com dez homens.
O crime aconteceu em fevereiro de 2012 e, no mesmo ano, os outros 9 envolvidos já foram julgados. No dia 12 de fevereiro, cinco mulheres foram estupradas e duas delas - a professora Isabela Pajuçara e a recepcionista Michelle Domingos - foram assassinadas na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraíba. Elas estavam em uma festa de aniversário em uma casa com dez homens.
Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia feita pelo
Ministério Público da Paraíba, os estupros foram planejados pelos irmãos
Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, que teriam chamado amigos para
abusar sexualmente das mulheres convidadas para a festa de aniversário
de Luciano. Segundo informações contidas no processo, o estupro coletivo
seria um “presente” para o aniversariante.
Seis homens - Luciano dos Santos Pereira, Fernando de França Silva
Júnior, Jacó Sousa, Luan Barbosa Cassimiro, José Jardel Sousa Araújo e
Diego Rêgo Domingues - foram condenados pelos crimes de cárcere privado,
formação de quadrilha e estupro e cumprem penas entre 26 a 44 anos de
prisão em regime fechado no presídio de Segurança Máxima PB1, em João
Pessoa. Três adolescentes também foram julgados e sentenciados a cumprir
medidas socioeducativas no Lar do Garoto.
G1/PB
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